Robot espacial da NASA “quitado” para trabalhar no fundo do mar

Plataformas de petróleo, turbinas eólicas ou cabos submarinos precisam de manutenção, que um sistema como o da Nauticus pode garantir. A estrela principal é um submersível que foi construído a partir dos desenvolvimentos feitos para um robot humanóide de exploração espacial.

Há muitos exemplos de tecnologia espacial reaproveitada para funções em terra firme. Este foi promovido pela própria NASA e por parte da equipa que desenvolveu o Robonaut 2, um robot humanoide desenvolvido pela agência, em parceria com a General Motors, que foi enviado para o espaço em 2011, para apoiar as equipas da Estação Espacial Internacional.

Para um robot, as semelhanças entre o espaço e o fundo do mar são mais do que as diferenças e foi esses pontos comuns que a NASA quis explorar, tirando partido da tecnologia já desenvolvida e adaptando-a ao ambiente subaquático, sobretudo no que se refere aos materiais usados no equipamento.

Num e noutro ambiente, o veículo robótico tem de ser robusto e ter condições para ser operado à distância. O operador está longe e tem comunicações e conhecimento sobre o meio envolvente limitados e os sistemas a bordo têm de colmatar essas limitações.

A impossibilidade de ter comunicações de alto débito no espaço, por exemplo, fazem com que qualquer robot operado nestas condições tenha de ter a capacidade de sentir e perceber o meio envolvente, navegar entre obstáculos, ou manipular objetos, com um nível mínimo de intervenção do operador.

Para responder a estas necessidades um robot espacial precisa de hardware avançado como mãos com tendões, juntas elásticas e células de carregamento miniaturizadas, mas também sistemas de visão, sensores de força e de infravermelhos que possam recolher informação. Precisa igualmente de software de reconhecimento de imagem, algoritmos de controlo e controladores que processem e possam agir sobre esses dados. Estes foram os conhecimentos transferidos para a Nauticus Robotics e que ganharam agora novas aplicações e um novo contexto de trabalho.

O projeto ainda nasceu no Johnson Space Center em Houston e entretanto passou para este spin-off da NASA, que está a desenvolver soluções para diferentes indústrias. Envolve 20 engenheiros, que estiveram ligados ao Robonaut 2 ou a outros projetos de robótica e que agora apoiam a equipa de 80 pessoas da Nauticus.

 

Fonte
SAPO.PT
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