Número de doentes em UCI não era tão baixo desde 6 de novembro

Os dados atualizados da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que há agora 1403 doentes internados em Portugal, dos quais 342 em unidades de cuidados intensivos (UCI). Desde 6 de novembro (340 pessoas) que o número não era tão baixo.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, 25 mortes e 365 novos casos de covid-19. Deste novos casos registados nas últimas 24, os dados apresentados da RA da Madeira, 60% dos casos teve um período entre o diagnóstico e notificação superior a 48 horas, decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização.

A atualização dos dados da pandemia em Portugal surge no dia em que se realizou mais uma reunião com vários especialistas, feita em videoconferência a partir das instalações do Infarmed, em Lisboa. No encontro, os peritos indicaram que a partir do dia 15 de março poderá haver condições para dar início ao plano de desconfinamento, cujas medidas devem ser faseadas, mas estáveis, defendem.

A reunião contou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e representantes de partidos políticos. Aliás, no final do encontro com os especialistas, o chefe do Governo, afirmou ter agora uma “base científica mais sólida” para a tomada de decisões na resposta à pandemia de covid-19.

“É importante encontrar uma metodologia que pudesse partilhar com a comunidade qual é a sustentação científica dos riscos diferenciados, porque isso ajuda toda a gente a perceber as medidas adotadas e facilita a adesão. Sinto-me com ferramentas para ter um processo de decisão mais sustentado”, afirmou Costa, acrescentando: “O decisor político fica a partir de agora habilitado a ter uma base científica mais sólida para tomar as suas decisões“.

Epidemiologista apresenta cinco níveis de medidas de resposta à pandemia

Na reunião, Henrique Barros, epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, apresentou um plano com cinco grandes níveis de medidas que consigam antecipar a evolução da infeção em Portugal.

Assim, o plano começa no nível 0, que contempla apenas medidas individuais não farmacológicas, como uso de máscara, distanciamento e lavagem das mãos, evolui para o nível 1, em que não são autorizadas reuniões com mais de 50 pessoas, prossegue no nível 2, em que se fecham cafés, restaurantes e o comércio, continua no nível 3, em que se interrompem atividades de ensino presencial secundário e superior, e, finalmente, terminam no nível 4, com a interrupção das atividades de ensino presencial no básico e creches.

Já o epidemiologista Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) defendeu na reunião que, com a incidência acumulada de perto de 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, deve-se optar pela “manutenção das medidas por enquanto”.

O especialista apresentou um conjunto de indicadores que devem orientar a implementação de medidas.

Entre os indicadores mais importantes, o investigador realçou como objetivos uma incidência a 14 dias inferior a 60 casos por 100 mil habitantes, um índice de transmissibilidade (Rt) abaixo de 1, uma taxa de positividade nos testes menor do que 4% e um atraso na notificação em menos de 10% dos casos confirmados, o isolamento precoce e rastreio de contactos em 24 horas de pelo menos 90% dos casos, uma taxa de ocupação em cuidados intensivos até 85% para a capacidade após março de 2020, e a vigilância e controlo das variantes.

Todos os funcionários escolares e alunos do secundário vão ser testados

Também esta segunda-feira ficou a saber-se que a estratégia de rastreio à covid-19 nas escolas prevê um primeiro teste rápido de antigénio a todos os professores, restantes funcionários e alunos do secundário, que se repete 14 dias depois nos concelhos com mais casos.

Esta é uma das orientações do “Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino” divulgadas hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e Instituto de Segurança Social (ISS).

O reinício das atividades escolares presenciais, suspensas desde o final de janeiro, vai implicar a realização de um teste rápido de antigénio em amostras do trato respiratório superior (exsudado da oro/nasofaringe) a docentes e não docentes de todos os níveis de ensino – desde creches ao ensino secundário — assim como aos alunos do ensino secundário.

Depois do primeiro teste, será “adotada uma estratégia de rastreios periódicos, nos concelhos com uma incidência cumulativa a 14 dias superior a 120/100.000 habitantes” através de testes rápidos de antigénio.

 

FONTE DN.PT

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