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Desporto

GP Azerbaijão F1: Estrelinha de campeão para Hamilton?

O GP do Azerbaijão foi uma corrida absolutamente fantástica que nos deixou colados às imagens durante longas 51 voltas onde aconteceu tudo e mais alguma coisa. No final a vitória caiu no colo de Lewis Hamilton que, a duas mãos cheias de voltas do final da corrida, estava resignado a mais uma derrota e um quarto lugar que daria uma liderança folgada a Sebastien Vettel. Quando tirou o capacete no final da prova, a sua cara de espanto – vitória que ele sabia não ser sua e a liderança de um campeonato que ameaçava ser um verdadeiro pesadelo para o britânico – e o atraso na cerimónia do pódio para dar um abraço a Valteri Bottas, disse tudo!

O GP do Azerbaijão foi uma corrida absolutamente fantástica que nos deixou colados às imagens durante longas 51 voltas onde aconteceu tudo e mais alguma coisa. No final a vitória caiu no colo de Lewis Hamilton que, a duas mãos cheias de voltas do final da corrida, estava resignado a mais uma derrota e um quarto lugar que daria uma liderança folgada a Sebastien Vettel. Quando tirou o capacete no final da prova, a sua cara de espanto – vitória que ele sabia não ser sua e a liderança de um campeonato que ameaçava ser um verdadeiro pesadelo para o britânico – e o atraso na cerimónia do pódio para dar um abraço a Valteri Bottas, disse tudo!

Mas como foi possível a Ferrari perder uma corrida que dominou desde a qualificação?!
O trabalho feito pela Ferrari durante os treinos livres deixou algumas pistas. Muitas voltas com os pneus supermacios e nenhuma atenção aos pneus mais duros da oferta proposta pela Pirelli para Baku, deixou no ar a possibilidade da Ferrari não tocar nas borrachas de cinta amarela. Quando a Mercedes e a RedBull perceberam a ideia dos italianos, dedicaram grande parte do terceiro treino livre a perceber até onde chegavam os supermacios de conta vermelha. No final das três sessões livres ficou claro que a Ferrari estava com o melhor carro para a qualificação e a “pole position” seria um assunto entre Vettel e Raikkonen, mas em corrida era a RedBull quem estava melhor.

Qual seria, então, a estratégia? Para a Ferrari era clara: um longuíssimo período em pista com os supermacios que o SF71H cuidava como ninguém e troca para os ultramacios na derradeira mão cheia de voltas. Porém, um ou dois graus de areia voltaram a emperrar a máquina de Arrivabene.

Primeiro, Raikkonen falhou na qualificação e de uma possível pole position, caiu para o sexto lugar, deixando ao lado de Vettel o seu maior rival Lewis Hamilton e tendo de lidar com os dois RedBull. Depois, com o finlandês a sair com pneus ultramacios, a Ferrari teve de mudar a estratégia para Raikkonen, tendo este ajudado à festa ao se envolver num toque que ditou o fim da corrida de Esteban Ocon.

Apesar destes dois grãozinhos de areia na estratégia da Ferrari, tudo estava bem pois Vettel dominava a corrida a ser belo prazer, conseguia sacar tempos por volta que encimavam a tabela de tempos e afastava de si com um punhado bem cheio de segundos Valteri Bottas.

Ficava evidente que a corrida seria de uma só paragem e que o alemão da casa de Maranello tinha como objetivo chegar até ao anoitecer da corrida com os pneus supermacios, trocando para o ultramacios quando faltassem um par de voltas para o final. Mas… o medo de perder a corrida por excesso de confiança tomou conta da Ferrari. Com Hamilton a trocar para os pneus macios ficando na frente dos RedBull, os comandados de Arrivabene acreditaram que a estratégia era a certa, até que começaram a ver a diferença entre Vettel e Bottas a fundir-se como gelo ao sol. Uma sapatada aqui e outra ali, não sacudiram a pressão do finlandês que baixou dos dois dígitos a desvantagem para o alemão.

Temendo que o finlandês a Mercedes tivesse algo mais nos pneus supermacios que tinha montados no carro – e que lhe deram a oportunidade de fazer a volta mais rápida da corrida um par de vezes – e derretesse toda a vantagem que Vettel tinha, mandou entrar o alemão e arrepiaram caminho, decalcando a estratégia de Hamilton.

A Mercedes pediu, então, um esforço extra a Valteri Bottas com o finlandês a manter-se durante muito mais tempo que Vettel mantendo um ritmo elevado e colocando a diferença acima dos 12 segundos. Diferença que era fundamental manter pois Bottas iria montar os pneus ultramacios e precisava de sair das boxes a menos de dez segundos de Vettel.

A sorte protege os audazes e o absolutamente inqualificável desentendimento entre Daniel Ricciardo e Max Verstappen, fez sair o Safety Car (SC) e deu a Bottas a oportunidade de parar e trocar os pneus supermacios pelos ultramacios. A Ferrari seguiu o finlandês e fez entrar uma segunda vez para igualar as possibilidades de Vettel face a Bottas.

Recomeçada a corrida, o alemão da Ferrari conheceu um momento Verstappen e tentou uma travagem um século depois do possível para passar Bottas após o recomeço. Naturamente falhou, ficou com um pneu destruído pelo bloquear de rodas e acabou a corrida atrás de um Force India.

Precisava Vettel de atacar assim Bottas? “Estou feliz por ter tentado, menos satisfeito porque não resultou, mas tinha de tentar pois era a única chance de passar para a frente” disse Sebastien Vettel no final da corrida. Convirá lembrar ao alemão que o GP do Azerbaijão foi, apenas, a quarta prova da temporada e se tivesse ficado em segundo estaria no comando do mundial e a prova não teria sido um enorme falhanço para a Ferrari. Vettel errou e errou muito, provando, uma vez mais, que quando as coisas não correm de feição perde a frieza e precipita-se para o abismo do disparate.

O final da prova de Baku não poderia ter sido mais dramático e Alfred Hitchcock não teria feito melhor: conseguindo fugir a Hamilton no recomeço da corrida, colocando-se ao abrigo de um ataque com o DRS, Valteri Bottas passou por cima de um detrito, furou um pneu traseiro e de justíssimo vencedor do GP do Azerbaijão, o finlandês passou a ser um 14º classificado, sem pontos nem glória.

Caia no colo de Lewis Hamilton a vitória – ele que nunca esteve na luta pela pole position e longe da luta pela vitória até pela estratégia de utilização dos pneus – a liderança do campeonato e a companhia de Kimi Raikkonen que depois de tantos percalços ao longo das 51 voltas, ainda levou para casa o segundo lugar na frente de Sergio Perez, um mexicano que leva ao extremo a máxima “antes quebrar que torcer” e com um Force India longe dos melhores aproveitou a velocidade de ponta do motor Mercedes para achincalhar mais um pouco Sebastien Vettel.

O meu querido leitor estará a perguntar se não tenho nada a dizer sobre a RedBull. Bom, o desfecho da corrida da equipa de Christian Horner não é inesperado se olharmos para o que foi a postura de Max Vetrstappen. Não quis perder a posição para Daniel Ricciardo, cada vez mais assustado com o domínio que o australiano está a exercer nesta fase madrugadora do campeonato, logo ele que vai sair da RedBull no final do ano. Fez finca pé, abusou, claramente, da sorte e no final, culpas repartidas num acidente sórdido e inexplicável.

E reparto as culpas por ambos porque se Verstappen não deixou muito espaço para que Ricciardo concretizasse a ultrapassagem, o australiano não parece ter feito tudo para evitar abalroar a traseira do RedBull do holandês. Um reflexo natural de quem andou uma corrida inteira aos toques com um colega de equipa que se julga uma diva a quem tudo é perdoado.

Contas feitas, foram os dois repreendidos pela FIA – uma palmadinha nas mãos até porque não envolveram outros pilotos, exceto terem dado a vitória á Mercedes – e pela equipa. Vão, ambos, à fábrica pedir desculpa pelo sucedido. Que castigo duro…

Enfim, a quarta corrida do Mundial de Fórmula 1 2018 foi verdadeiramente espetacular deixando uma vez mais evidente que a estratégia e a forma de trabalhar os novos pneus da Pirelli será fundamental para levar para casa o título deste ano quando ainda faltam 17 corridas até chegarmos ao epílogo da competição.

Fonte da Notícia
motor24.pt
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