A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou esta quinta-feira que os confinamentos e os impactos na saúde e na economia da pandemia da Covid-19 terão um “impacto prolongado” na saúde mental mundial. “Da ansiedade ligada à transmissão do vírus ao impacto psicológico dos confinamentos e do isolamento às consequências sobre o desemprego, as dificuldades financeiras e a exclusão social, toda a gente foi afetada de uma forma ou de outra”, lê-se num comunicado da OMS divulgado a propósito de uma reunião de ministros e responsáveis do setor da Saúde realizada em Atenas.
Mitsotakis pediu que se “fale abertamente da estigmatização que acompanha a saúde mental” perante uma dezena de ministros da saúde, com muitos outros a assistir por videoconferência. O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas, frisou que “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema.
A OMS frisa que “não é apenas o contágio ou o medo de ser contagiado que afetaram a saúde mental da população” mas também “o ‘stress’ provocado pelas desigualdades socioeconómicas e os efeitos das quarentenas, do confinamento, do fecho das escolas e locais de trabalho, que tiveram consequências enormes”.
O diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge, afirmou que “a pandemia abalou o mundo, fez perder quatro milhões de vidas, destruiu rendimentos, separou famílias e comunidades, fez falir empresas”.
“A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais”, reforçou, apelando aos países para repensarem o acesso aos cuidados neste setor.
Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o aumento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.119.920 mortos em todo o mundo, entre mais de 191,3 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.232 pessoas e foram registados 939.622 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
fonte agencia lusa.pt