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China torna-se no primeiro país a alunar no lado “oculto” da Lua

A sonda Chang'e 4, com pouco mais de um metro de altura e comprimento, foi lançada no sábado passado. Vai estudar a possibilidade de vida vegetal e captar sinais rádio de baixa frequência na Lua.

A China tornou-se nesta quinta-feira o primeiro país a aterrar uma sonda no lado “oculto” da Lua, a Chang’e-4 — sonda com o nome da deusa chinesa da Lua — informou a televisão estatal. A sonda pousou no satélite natural da Terra, às 10h26 em Pequim (3h26 em Lisboa).

O Chang’e 4 foi lançado a 8 de Dezembro do Centro Espacial de Xichang, sul da China. No passado domingo entrou na órbita da Lua, e ficou à espera do melhor momento para aterrar na Bacia do Pólo Sul-Aitken, a maior e mais antiga cratera lunar provocada por impacto, de acordo com a televisão estatal, CCTV.

A alunagem foi “suave” e “precisa”, descreveu com um dos responsáveis pelo desenho da sonda, Sun Zezhou. Logo depois de tocar na superfície da Lua, Chang’e 4 transmitiu as primeiras imagens conhecidas do lado “oculto” do satélite — que é assim conhecido porque nunca se vê a partir da Terra.

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Com um metro e meio de comprimento e um metro de altura, a Chang’e 4 vai estudar a composição do terreno do lado “oculto” (que se pensa ser muito diferente do do lado visível) para se levantar o véu sobre a história do satélite terrestre; a possibilidade de vida vegetal — a sonda leva a bordo sementes de batata e flores e ovos de seda — num ambiente de baixa gravidade e investigar a existência de água ou de outros recursos nos pólos da Lua. Outra das tarefas é conduzir a primeira experiência de captação de sinais de rádio de baixa frequência.

“Como o lado mais distante da Lua está protegido da interferência electromagnética da Terra, é o sítio ideal para estudar o ambiente espacial e erupções solares, e a sonda consegue ‘ouvir’ os confins mais profundos do cosmos”, explicou Tongjie Liu, director adjunto do programa de exploração lunar e espacial da Administração Espacial Nacional da China.

É um marco para a missão espacial chinesa e para a conquista humana do espaço. Mas, por ser o lado mais afastado da Terra e não ter radiofrequência, obrigou a um esforço de preparação maior por parte de Pequim, que, em Maio, lançou um satélite de retransmissão para assegurar a comunicação (indirecta) entre os controladores e a sonda lunar Chang’e-4.

“A China está no caminho de se tornar numa nação espacial forte”, afirmou um dos responsáveis pela missão lunar, Wu Weiren, à CCTV. “Trabalhámos muito para melhorar a sua confiabilidade, conduzimos centenas de testes para garantir a operação a longo prazo, especialmente tendo em consideração as pedras, ravinas e fricções da Lua”.

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Mas esta não foi a primeira viagem espacial dos chineses: em 2013, Chang’e 3 ​ alunou pela primeira vez, numa proeza só realizada até então pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos.

Agora, a nova missão da agência espacial chinesa é a primeira a enviar uma sonda e um veículo robotizado para o lado oculto da Lua. A missão ilustra ainda a crescente ambição de Pequim no espaço, símbolo do progresso do país.

Este ano, a China planeia ainda iniciar a construção de uma estação espacial com presença permanente de tripulantes e, no próximo ano, enviar um veículo de exploração a Marte.

Ainda em 2020, Pequim quer aumentar ainda mais a família de sondas Chang’e, com o objectivo de recolher amostras do solo lunar e de as trazer para a Terra. A verificar-se será a primeira missão deste género desde 1976.

A primeira tentativa da China de entrar na corrida espacial foi no final dos anos 1950, como resposta ao lançamento do Sputnik 1 — o primeiro satélite em órbita — pela União Soviética.  Mao Tse Tung ordenou então a construção e envio do primeiro satélite chinês, antes de 1 de Outubro de 1959, por altura do 10.º aniversário da fundação da República Popular. A iniciativa acabou por falhar devido à inexperiência do país em tecnologia aeroespacial.

No entanto, em Abril de 1970, em plena Revolução Cultural, uma radical campanha política de massas lançada por Mao, a China concluiu com êxito o lançamento do seu primeiro satélite para o espaço, o Dong Fang Hong (“O Leste é Vermelho”).

Até agora, o país realizou também cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).

FONTE INES CHAICA PUBLICO.PT

FOTO LUSA/CHINA NACIONAL SPACE ADMINISTRATION/HANDOUT

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