Bebe café todos os dias (com moderação)? A sua saúde agradece
Beber café é uma prática que está enraizada em muitas culturas um pouco por todo o planeta e muitas são as questões e os mitos que existem em torno desta bebida "mágica". Mas, afinal, beber café todos os dias faz mal ao corpo e à mente?
Em excesso, o café pode ser prejudicial à saúde, mas um consumo equilibrado pode até ser benéfico para órgãos vitais como o cérebro e o coração.
Vários estudos científicos comprovam que o café possui na sua composição diversos nutrientes essenciais para a sua saúde em geral.
O portal The Conversation, que publica artigos académicos e trabalhos científicos, escreve que, se consumir diariamente cerca de 240 ml de café, está a fornecer ao organismo quantidades essenciais de vitaminas como riboflavina, ácido pantoténico, tiamina e niacina e de minerais como potássio, manganês e magnésio. Para além disso, esta bebida é também rica em antioxidantes.
Mas a grande maioria das pessoas que consome café procura o seu efeito mais conhecido: a capacidade de aumentar os níveis de energia e concentração.
Este fenómeno deve-se à cafeína, um estimulante natural presente no café que bloqueia o neurotransmissor inibitório do cérebro, a adenosina, que promove o sono e suprime a excitação.
Como consequência da sua ingestão, aumentam os disparos neuronais e a libertação de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina, que influenciam o humor, a ansiedade e a função cognitiva.
Mas em que outros aspetos pode o café revelar-se benéfico?
Doenças cardiovasculares
O The Conversation, que cita diversos estudos científicos, lembra que o consumo moderado desta bebida pode reduzir o risco de ataque cardíaco, bem como de outras doenças cardiovasculares. Uma a duas chávenas por dia é a quantidade diária aconselhada e, mesmo para as pessoas que têm ritmos cardíacos anormais, o café não é prejudicial quando consumido em doses indicadas.
Diabetes tipo 2
O consumo de café aumenta ainda a capacidade de produção de glucose, o que reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Cancro
Um estudo publicado na página da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, e citado pelo The Conversation, explica que consumir café de forma frequente pode reduzir em 18% o risco de contrair diversos tipos de cancro, nomeadamente do útero e do cólon e reto.
Doenças neurodegenerativas
Esta bebida está ainda associada à redução do risco de desenvolvimento de doenças como parkinson e demência. Para as pessoas que padecem destas condições, a ingestão de cafeína pode atenuar os efeitos negativos que dificultam, por exemplo, o movimento.
Doenças hepáticas
O café ajuda ainda à regulação dos níveis da enzima do fígado, diminuindo, assim, o risco de cirrose e cancro.
Saúde mental
Para além dos benefícios físicos, a cafeína também pode oferecer aspetos positivos no que à saúde mental diz respeito. O consumo de café, segundo diversos estudos científicos, diminui mesmo os riscos de depressão.
Uma investigação norte-americana aponta que quem bebe cerca de quatro chávenas de café tem menos 53% de probabilidade de cometer suicídio.
Esperança média de vida
Com tantos benefícios associados é com naturalidade que se encara o facto de as pessoas que ingerem regularmente cafeína poderem ter tendência a viver mais anos do que aqueles que não o fazem.
Um estudo, publicado na revista científica JAMA, que envolveu 400.000 pessoas, indica que o consumo de café durante 12 ou 13 anos está relacionado com um risco de morte mais reduzido. Este efeito pode ser explicado pelas propriedades protetoras do café contra variadas doenças.
O café, tal como praticamente tudo o que o ser humano pode consumir, quando ingerido de forma excessiva, em determinados casos, pode provocar efeitos secundários, tais como nervosismo, sintomas depressivos e ainda perturbações do sono, pelo que deve adotar um consumo responsável.